Adenoide é o nome dado a dois pequenos aglomerados de tecido linfoide que ficam localizados entre a parte de trás do nariz e acima da garganta, na região conhecida como rinofaringe.
Todos nascemos com adenoide, portanto ela não é uma doença ou um sintoma. E sim uma forma de proteção e defesa dor organismo contra partículas aéreas, vírus e bactérias que se acumulam no nariz e na garganta. A sua maior utilidade é na primeira infância, sendo que ela começa a crescer aos dois anos, tendo um pico de crescimento entre o terceiro e quarto ano e aos sete anos começa a regredir, ou seja, diminuir de tamanho.
Não é possível ver este tecido pelo nariz ou boca examinados a olho nu, como as amídalas, por exemplo. Então, no caso de suspeita de problemas com a adenoide, o pediatra encaminhará a criança para consulta com o otorrinolaringologista. O especialista poderá fazer a análise da região, diagnosticar o problema e indicar o melhor tratamento.
Problemas na adenoide
Grande parte dos problemas relacionados a adenoide acontecem durante este pico de crescimento, uma vez que ela pode obstruir a passagem do ar pelo nariz, problema conhecido como a hipertrofia de adenoide (CID 10 – J35.2).
Outros problemas de adenoide são a adenoidite (CID 10 – J35) , uma infecção viral ou bacteriana da região, e a adenoidite de repetição, que é quando ela ocorre diversas vezes. Além destes, é estudada a possibilidade da adenoide atuar também como foco de cultura de bactéria para os seios da face, o que poderia estar relacionado, entre outros problemas, à sinusite de repetição.
Como a adenoide já regrediu quase completamente durante a adolescência, é muito raro que adultos tenham problemas relacionados a ela. Quando isso acontece, é um sinal de alerta para investigar outras condições de saúde, como infecção por HIV e diversos tipos de câncer.
Causas
Os fatores que provocam o desenvolvimento dos problemas de adenoide, ou seja, as suas causas, ainda não são inteiramente conhecidos.
Sobre a hipertrofia da adenoide, o que se sabe é que é uma característica da própria criança, então algumas terão um crescimento normal e em outras ele será aumentado. Isso independe, inclusive, se a criança tem rinite, asma, dermatite atópica ou outros sintomas alérgicos e/ou respiratórios.
A hipertrofia em adultos está normalmente relacionada a outros problemas de saúde, como infecção pelo vírus HIV, linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin, doenças granulomatosas (granulomatose de Wegener), carcinoma de nasofaringe e tumores na região. Também há estudos que relacionam o uso da maconha ou derivados dela com o aumento da adenoide em adultos.
A causa mais comum da adenoidite é uma infecção viral, mas algumas crianças têm mais predisposição a ter o tipo bacteriano e de repetição. A adenoidite está relacionada com rinite, sinusite e até otite, devido à sua localização entre o nariz e a garganta, que também tem ligação com os ouvidos.
Os sintomas de que algo não vai bem com a adenoide da criança dependem de qual problema ela está apresentando.
Sintomas de hipertrofia da adenoide
- Ronco
- Respiração pela boca durante o dia e a noite
- Apneia obstrutiva do sono
- Menor controle sobre o sistema urinário, tendo episódios recorrentes de xixi na cama
- Sono agitado
- Dificuldade para se alimentar
- Agitação
- Irritabilidade
- Baixo nível de concentração
- Maior incidência de doenças pulmonares e alergias
Os sintomas como agitação, irritabilidade e falta de concentração estão muito relacionados a uma qualidade de sono ruim na criança. O xixi na cama também, uma vez que é durante o sono que a criança produz os hormônios que ajudarão neste controle.
Os sintomas da hipertrofia da adenoide em adultos estão relacionados à doença que está ocasionando o problema. Além destes, a pessoa pode apresentar:
- Ronco (que pode ser bastante alto)
- Respiração pela boca
- Acordar com a boca seca
- Irritação
- Dificuldade para praticar exercícios devido à respiração
Sintomas de adenoidite
- Febre
- Secreção amarelada pelo nariz
- Tosse seca
- Mau hálito (halitose)
- Alteração no olfato (passa a não identificar os cheiros)
- Dificuldade para se alimentar
- Cheiro ruim que vem do nariz
Quando estes sintomas se repetem a cada três ou dois meses, ou até todos os meses, pode ser sinal de adenoidite de repetição.
Fatores de risco
Apesar de existirem indícios que os problemas de adenoide possam ter algum componente genético, ou seja, que filhos de pessoas com problemas de adenoide poderiam ter mais probabilidade de desenvolver o problema, não há nada que efetivamente comprove este maior risco.
Os problemas de adenoide acontecem com maior prevalência em crianças a partir dos dois até os sete anos de vida, podendo ter mais sintomas durante o pico de crescimento da adenoide, entre o terceiro e quarto ano da criança.
Na consulta médica
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar tempo. Dessa forma, você já pode chegar ao consultório com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quantas vezes a criança já apresentou estes sintomas? Como foi efetuado o tratamento?
- Quando foi a última vez que apresentou estes sintomas?
- Como está o rendimento da criança na escola?
- Ela está mais irritadiça ultimamente?
- Ela costuma respirar de boca aberta durante o sono?
- Ela ronca?
Também é importante levar suas dúvidas para o consultório por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Veja algumas dicas de perguntas que você poderá fazer ao médico:
- Quais exames serão necessários para realizar o diagnóstico?
- Quais os tratamentos disponíveis?
- Qual o tempo de recuperação?
- Posso fazer algo em casa para minimizar os sintomas?
Tratamento
O tratamento da adenoide depende do tamanho em que ela está e dos sintomas que ela está provocando na criança. Em adultos, normalmente não é feito nenhum tratamento específico para o aumento da adenoide, uma vez que está relacionado a outras doenças – que quando tratadas resolveriam também este problema.
Hipertrofia da adenoide em crianças
O tratamento da hipertrofia da adenoide em crianças é elaborado com cirurgia quando o espaço que ela ocupa na rinofaringe é maior que 70% e ela tem sintomas (ronco, respiração bucal, etc.). Não há um remédio que faça com que ela regrida (diminua), só com o passar dos anos. Contudo, quando há uma obstrução maior de 70% e a criança não é tratada com a cirurgia, ela pode ter diversas complicações, como dificuldade de desenvolvimento e baixa estatura.
Cirurgia de retirada da adenoide
A cirurgia de retirada da adenoide, conhecida como adenoidectomia, é considerada uma cirurgia tranquila. É feita com uma anestesia geral e dura menos de dez minutos. Ela é feita pela boca da criança, em que é inserido um aparelho para a curetagem da adenoide. O profissional pode inserir uma câmera pelo nariz para ajudar na visualização.
Não é toda a adenoide em que é retirada durante a cirurgia, pois tecnicamente é impossível remover tudo. Dificilmente, se for feita entre os três ou quatro anos, a adenoide voltará a crescer a ponto de precisar de outra cirurgia no futuro.
Adenoidite de repetição
O tratamento da adenoidite de repetição não é consenso entre os médicos e dificilmente o problema é resolvido nas primeiras tentativas. Dentre as opções utilizadas para o tratamento, que varia a cada caso, estão:
- Uso de soro fisiológico para a limpeza e/ou de solução com corticoide
- Uso de antibióticos
- Uso de medicamentos lisados bacterianos
- Retirada do leite de vaca da alimentação; ele poderia favorecer a produção de muco
- Controle de fatores que podem desencadear alergias, como ácaro, umidade, contato com pelos de animais de estimação, etc.
- Em casos mais extremos, pode ser recomendada a cirurgia de retirada das adenoides (adenoidectomia), visando mandar uma amostra do tecido para o exame de cultura. No exame seria identificada a necessidade de o uso de um antibiótico mais específico para resolver o problema.
Fonte: Minha Vida