4 mudanças importantes que ocorreram na introdução alimentar

4 mudanças importantes que ocorreram na introdução alimentar

Com o apoio de estudos científicos e o avanço da medicina, a alimentação complementar moderna passou a seguir orientações diferentes; veja quais são:

A introdução alimentar dos bebês mudou bastante ao longo dos anos. São décadas de estudos para chegarmos onde estamos. A medicina evoluiu, aprendemos bastante sobre epigenética e a importância dos mil dias da criança.

Sabemos, hoje, que os primeiros 2 anos de vida é um período de grandes oportunidades. Assim, atitudes tomadas nessa fase repercutirão para o resto da vida desses bebês e isso inclui o modo com que eles serão alimentados.

Veja alguns exemplos de epigenética: já foi provado que o leite materno reduz as chances de obesidade e de alguns tipos de câncer, como o de mama e o de útero. Também foi provado que crianças que começaram a alimentação complementar a partir de 6 meses e adequadamente têm menores chances de ter diabete ou colesterol alto no futuro.

Levando todas essas descobertas mais recentes em consideração, diversas recomendações usadas por muito tempo já não se mostram mais adequadas. Confira a seguir quatro conceitos sobre introdução alimentar que perderam e entenda o que fazer para garantir uma educação alimentar mais saudável para seus filhos:

Aleitamento exclusivo até os 6 meses sem água ou chás

Antigamente, começávamos a introdução alimentar com suco de laranja aos 4 meses. E hoje? A alimentação complementar deve ser iniciada aos 6 meses e as crianças precisam apresentar os sinais de prontidão também, como sentar sem apoio ou com mínimo de apoio e ter reflexo de extrusão de língua diminuído (aquele reflexo de esticar a língua para mamar que acaba empurrando a colher para fora).

Aos 6 meses, o bebê está preparado para interagir com o mundo ao seu redor, tem curiosidade de abrir a boca e provar as coisas. É o momento em que as defesas do corpo estão prontas para entrar em contato com novos nutrientes e proteínas com menos risco de alergias.

Início da introdução alimentar com frutas (e não suco)

não começaremos com o suco. Pelo contrário! Ele só deverá ser oferecido após 1 ano e em pequeno volume (100 ml). Isso porque o suco contém menos fibras que a fruta em si e tem quantidade de açúcar (frutose) em excesso – que causa um rápido aumento de insulina no sangue, o que, no futuro, pode culminar com a ocorrência de diabete tipo 2 e obesidade.

Portanto, atualmente, preconiza-se iniciar a alimentação complementar com as frutas, lembrando que nenhuma é contraindicada. O tipo de fruta a ser oferecido, na verdade, terá de respeitar apenas as características regionais, o custo e a estação do ano.

Quantidade de comida autorregulada pela criança

As coisas mudaram também na quantidade de comida oferecida. Tínhamos a crença de que a criança tinha que raspar o prato. Porém, esse é um comportamento extremamente controlador dos pais e atrapalha a educação alimentar. Também não se deve oferecer distrações durante a refeição, como brinquedos ou TV, para o bebê comer tudo.

Muitos estudos já demonstraram melhores resultados de alimentação infantil quando é permitido que a criança se autorregule, sendo respeitada em seus sinais de fome e saciedade. Lembre-se: você estará formando o hábito alimentar do bebê para a vida. Então, deve-se respeitar a autorregulação do lactente, não interferindo na sua decisão de não querer mais o alimento.

Costumo orientar as mães de meus pacientes, quando o bebê não estiver aceitando mais a comida, a perguntarem para o filho: “Você está satisfeito? Então, vamos tirar o seu prato, tá?”. Esta é uma maneira simples de ensinar e respeitar o senso de saciedade.

Alimentos em pedaços x papinha batida

Além desses pontos, passamos a orientar as famílias também que ofereçam os alimentos em pedaços para serem manipulados com as mãos e/ou amassados com o garfo logo no início da introdução alimentar. Ou seja, eles não devem mais ser batidos ou peneirados.

Outra diferença é que os alimentos devem estar separados no prato para o bebê reconhecer o sabor, a textura e o cheiro de cada alimento experimentado. Assim, não é mais recomendado que se misture tudo. Todas essas modificações na forma de alimentar nossos bebês ocorreram para que eles sejam adultos mais saudáveis e vivam mais anos de vida.

Fonte: Minha Vida

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