Descubra as propriedades de cada estágio da lactação e como acontece a mudança de composição do leite.
Fonte fundamental de nutrição e proteção para o bebê, especialmente durante as suas primeiras semanas de vida, o leite materno pode ser fascinante e complexo. Desde a gestação, ele passa por diversas mudanças em sua composição para se adequar exclusivamente a cada etapa de vida da criança.
Além de oferecer uma série de anticorpos essenciais para o bebê, o leite materno fornece os nutrientes específicos de que ele precisa para crescer – tanto em tamanho quanto em maturidade. Por isso, aprenda sobre as 3 fases do leite materno e por que cada uma delas é importante.
Fases do leite materno
A produção do leite materno começa ainda na gestação, quando a mama vai se desenvolvendo gradativamente e também aumentando de tamanho. De acordo com Mônica Carceles Fráguas, pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Pro Matre, ele passa por três estágios diferentes e distintos: colostro, leite de transição e leite maduro.
Os ingredientes básicos permanecem os mesmos enquanto a mãe amamentar, mas os seus níveis podem aumentar ou diminuir dependendo das circunstâncias. Assim como as necessidades do bebê mudam, é durante esse período de transição que as propriedades e a produção do leite também mudam.
Colostro
No final da gestação, a mãe produz o colostro, que pode ser entendido como a primeira fase do leite materno. Esse leite é caracterizado por uma coloração mais amarelada devido à alta concentração de gorduras e proteínas. Esse, primeira etapa do leite materno, é produzida em pequena quantidade, compatível com o tamanho do estômago do recém-nascido.
Depois que o neném nasce e há a saída da placenta, a mulher passa por uma grande transformação hormonal, o que fará com que ocorra uma mudança na produção de leite. Sendo assim, de dois a cinco dias após o nascimento, o colostro será substituído pelo leite de transição.
“O colostro é cheio de anticorpos e de células que vão dar a defesa para o bebê. Depois do terceiro dia, aquela mudança hormonal que aconteceu no parto se transforma na mudança da mama”, explica a pediatra Mônica Fráguas.
Leite de transição
O leite de transição surge após o colostro e dura, aproximadamente, dez dias. Com a “descida” do leite, também chamada de apojadura, a mãe começa a sentir a diferença nas mamas, que tendem a ficar mais cheias, mais duras e quentes.
É nessa fase também que acontece um aumento na quantidade de leite, visto que o organismo entende que, conforme a criança precisa se alimentar cada vez mais, mais leite deverá ser produzido.
Em comparação com o colostro, o leite de transição é mais fluido, com maior teor de gordura, lactose e vitaminas que fornecem energia para o bebê. Diferente da primeira fase, ele também tem menos proteínas.
Leite maduro
Passadas as duas primeiras semanas após o parto, o leite se transforma no leite materno maduro, sendo seu estágio final e definitivo. Produzido em abundância, ele contém todos os nutrientes necessários para alimentar o bebê até, pelo menos, o sexto mês.
A composição do leite maduro equilibra macronutrientes (como proteínas, gorduras e carboidratos) e micronutrientes (vitaminas e minerais). Porém, a cada mamada, ela pode mudar para atender as necessidades do bebê. Assim, é normal notar que, às vezes, o leite fique mais “fino” ou mais denso.
Leite materno fica fraco?
Em qualquer fase, especialmente na etapa final, o leite materno não fica “fraco” – nutricionalmente falando. O que a pediatra Mônica Fráguas esclarece é que o leite materno passa por mudanças em sua composição ao longo do dia.
“No início da mamada, ele tem mais água. Já no final da mamada, ele tem mais gordura. Então, o leite está em uma modificação constante”, afirma. Isso significa que ele continua alimentando adequadamente o bebê e não perde seu valor nutricional.
Considerando as fases do leite materno, o que se pode concluir é que, à medida que o organismo do bebê vai amadurecendo, as composições e proporções de soro de leite se alteram para se adequar ao seu desenvolvimento, até que todos os órgãos funcionem de maneira saudável.
Meu leite diminuiu: por quê?
O corpo da mulher começa a produzir leite materno em resposta à gravidez e ao parto do bebê. Contudo, para o organismo entender que precisa continuar a lactação, ele necessita de estímulo (amamentando ou bombeando o leite do peito).
A mama responde à estimulação, ou seja, quanto mais o bebê sugar ou quanto mais leite for retirado, mais ela mama produzirá leite.
“O que pode acontecer é o bebê chorar e, em vez da mãe colocar no peito, ela oferece uma chupeta, porque acha que não está na hora de mamar. Então, o bebê não mama naquela hora e fará um intervalo maior na produção do leite”, esclarece Mônica.
A pediatra também explica que o cansaço – muito comum na rotina materna, principalmente nos primeiros meses do bebê – pode impactar na produção de leite, bem como o estresse, que pode inibir o processo. Contar com uma rede de apoio e informar-se ao máximo sobre a amamentação podem fazer toda a diferença nesse processo.
Fonte: Minha Vida