Gravidez silenciosa é possível? Saiba os riscos e como identificar os sintomas

Gravidez silenciosa é possível? Saiba os riscos e como identificar os sintomas

Embora seja raro, algumas condições preexistentes da gestante podem acobertar os sintomas típicos, como náusea e sensibilidade nos seios.

A gravidez silenciosa é aquela que não é sentida ou identificada pela gestante, sendo normalmente descoberta no terceiro trimestre ou no período de parto. Mesmo que não exista a ausência total de sintomas, alguns sinais típicos podem ser confundidos ou atribuídos a outras causas, como TPM, por exemplo.

Em alguns casos, a mulher permanece tendo sangramentos e não apresenta saliência aparente na região da barriga. O bebê também pode se manter quieto durante o processo ou a placenta estar situada na frente do útero, dificultando a identificação dos movimentos da criança. 

Que fatores podem esconder uma gravidez silenciosa?

O quadro de grávidas silenciosas é complexo e pode variar de pessoa para pessoa. Embora seja raro, alguns fatores podem propiciar a situação — como condições preexistentes da gestante que acobertam os sintomas típicos de náuseas, seios doloridos ou sensíveis e cólicas. 

1. Atraso na menstruação 

No geral, um dos primeiros sintomas de gravidez é o atraso da menstruação. O sangramento indica a descamação do endométrio, tecido que reveste o interior do útero sendo produzido para acomodar o embrião.

Quando ocorre a fecundação, essa descamação não acontece e os ovários permanecem produzindo hormônios até a placenta estar formada ao final do primeiro semestre da gravidez. Contudo, também é comum haver atrasos no ciclo reprodutivo por outros motivos.

Algumas mulheres possuem ciclos menstruais irregulares e podem passar longos períodos sem menstruar. A condição, conhecida como amenorreia, pode ser provocada por episódios de ansiedade e estresse, interrupção ou uso incorreto de anticoncepcionais e a até a presença de problemas como a síndrome dos ovários policísticos.

Por esse motivo, algumas mulheres não estranham a ausência de sangramento e continuam com suas atividades rotineiras — sem desconfiarem de um quadro de gravidez. Também é possível que a paciente não preste atenção no próprio ciclo e não saiba que está ovulando, conforme sugere Mariana Rosário, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.

2. Presença de sangramento

Em outra situação, grávidas silenciosas não identificam a gestação devido à presença regular de sangramento, confundido com a menstruação. Contudo, é possível ocorrerem sangramentos durante o período, causados por diversos motivos, dependendo do período da gestação. Alguns deles incluem: 

  • Sangramento de nidação: acontece nos primeiros seis a 12 dias de gravidez e ocorre quando o óvulo fertilizado se prende ao revestimento do útero. Essa implantação pode danificar alguns dos vasos sanguíneos da gestante no útero, resultando em uma pequena perda de sangue; 
  • Gravidez ectópica: é uma condição em que o óvulo fertilizado se implanta em algum lugar fora do útero. Ela tipicamente ocorre em uma das trompas de falópio, um tubo que conduz os óvulos dos ovários para o útero;
  • Hemorroida na gravidez: é um problema comum no período e o sangramento decorrente dela costuma ser associado ao momento da evacuação.

3. Sintomas típicos confundidos

Um fator que pode tornar uma gravidez silenciosa é que, embora a mulher apresente os sintomas típicos da gestação, como cólicas, náuseas, sonolência ou aumento da sensibilidade das mamas, eles são confundidos ou atribuídos a outras causas — como TPM, alimentação ou até problemas para dormir. 

Destaca-se que alguns desses sinais não acometem todas as pacientes. “Tem paciente que não tem sintoma algum, que não sente nada e até fica com medo, e fala ‘será que a gravidez está indo para a frente? Porque eu não estou sentindo nada’. As duas coisas podem acontecer, então não é comum para todas”, aponta Mariana. 

Outro processo frequente é que a paciente nega a possibilidade de estar grávida, inconscientemente. Desse modo, ela encara os sinais de náusea e movimentação do bebê como problemas comuns, como problemas intestinais, por exemplo. 

4. Ausência de crescimento da barriga

Algumas pessoas podem não desenvolver uma barriga saliente, sendo mais comum em mulheres com obesidade. A mulher pode notar o aumento de peso, mas não associa a uma possível gestação. Outros pontos associados à obesidade, como irregularidade menstrual, também ajudam a mascarar a situação. 

Além disso, a gravidez silenciosa não ocorre apenas com esse perfil de paciente. Mulheres que possuem os músculos mais trabalhados, como atletas, ou que têm um abdômen longo, em que existe mais espaço para que o útero de desenvolva para cima e não para fora, também podem não desenvolver uma barriga mais aparente. 

Quais os riscos da gravidez silenciosa? 

O principal risco associado à gravidez silenciosa é que, pelo fato de não saber que está grávida, a mulher não faz acompanhamento pré-natal. Ela também pode permanecer com os mesmos hábitos de vida, como consumo de álcool, alimentação inadequada e administração de medicamentos contraindicados, colocando a vida do bebê em risco. 

“Quando eu não tenho pré-natal, eu não sei o que está acontecendo. Não sei se a paciente tem algum problema, se o bebê está bem. Às vezes tem alguma alteração no ultrassom que eu não estou vendo, essa paciente está sem suplementação. Então tudo isso pode, com certeza, causar riscos tanto para a mãe quanto para o bebê no decorrer da gestação”, explica Mariana. 

É possível prevenir a gravidez silenciosa?  

Não existem métodos específicos para prevenir uma gravidez silenciosa, mas é fundamental que a mulher realize um acompanhamento regular com um médico — especialmente para as que não menstruam ou têm um ciclo irregular. Consultas de rotina ao ginecologista ajudam a evitar a gravidez silenciosa e a prevenir o surgimento de diversas doenças. 

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