Menopausa: sintomas, estágios e tratamento

Menopausa: sintomas, estágios e tratamento

Menopausa é a suspensão da menstruação que ocorre com toda mulher por volta dos 50 anos.

O que é Menopausa?

A menopausa é o momento da vida da mulher em que ocorre a interrupção natural da menstruação, pois os hormônios femininos (estrogênio e progesterona) já não são mais produzidos pelos ovários. Isso costuma ocorrer, em média, entre os 48 e 51 anos de idade.

Climatério e menopausa

O climatério é o nome científico dado ao período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva (ciclo menstrual) para a fase de não-reprodutiva (pós-menopausa).

A menopausa acontece, então, durante o climatério, correspondendo ao último ciclo menstrual, ou seja, a última menstruação que aquela pessoa vai ter devido à diminuição das suas funções ovarianas. 

Com quantos anos a menstruação começa a falhar

É comum que a menstruação falhe cerca de cinco vezes até parar totalmente. Essas falhas costumam se iniciar por volta dos 40 anos. Já a menopausa em si é mais comum a partir dos 45 anos.

Menopausa precoce

Por outro lado, também pode ocorrer a menopausa precoce, que é quando a interrupção da menstruação ocorre antes dos 40 anos. A causa é, na maioria das vezes, desconhecida. Alguns cientistas acreditam que pode ser genética, autoimune, infecciosa ou iatrogênica (após radioterapia, quimioterapia ou cirurgia).

Causas

As principais causas da menopausa são:

Queda dos hormônios

A principal causa da menopausa é o declínio natural dos hormônios reprodutivos. Com a proximidade do final dos 30 anos, os ovários começam a produzir menos estrogênio e progesterona, que são hormônios que regulam a menstruação, e a fertilidade diminui.

Com a chegada dos 40, os períodos menstruais podem se tornar mais longos ou curtos, mais ou menos frequentes, até que eventualmente os ovários deixam de produzir os hormônios e não há mais períodos (o que acontece por volta dos 50 anos).

Remoção do útero

A histerectomia é a cirurgia para remoção do útero, podendo haver ou não a retirada dos ovários também.

Quando a operação ocorre e não há a retirada dos ovários, não costuma provocar a menopausa imediata. Embora não haja mais períodos menstruais, os ovários ainda liberam óvulos e produzem estrogênio e progesterona.

As cirurgias que removem o útero e os ovários (histerectomia total e ooforectomia bilateral), por outro lado, causam menopausa imediata. Nesse caso, a menstruação é interrompida permanentemente.

Assim, é provável que a mulher tenha ondas de calor e outros sintomas, que podem ser graves, já que essas mudanças hormonais ocorrem abruptamente em vez de progressivamente, durante vários anos.

Quimioterapia e radioterapia

A quimioterapia e radioterapia são tratamentos muito comuns contra o câncer. Podem induzir à menopausa, causando sintomas como ondas de calor durante ou logo após o tratamento.

A interrupção da menstruação (e da fertilidade) nem sempre é permanente após a quimioterapia, portanto, medidas de controle da natalidade ainda são cabíveis.

Insuficiência ovariana primária

Cerca de 1% das mulheres experimentam a menopausa antes dos 40 anos (menopausa precoce). Principalmente nestes casos, a menopausa pode resultar de insuficiência ovariana primária.

Essa condição acontece quando os ovários deixam de produzir níveis normais de hormônios reprodutivos, decorrentes de fatores genéticos ou doenças autoimunes.

Causa indefinida

Muitas vezes, nenhuma causa pode ser encontrada para a menopausa, especialmente em situações de menopausa precoce. Para essas mulheres, a terapia hormonal é tipicamente recomendada, pelo menos, até a idade natural da menopausa, a fim de proteger o cérebro, o coração e os ossos.

Tipos

De acordo com a ginecologista Maria Celeste Osório Wender, a menopausa possui três estágios:

Pré-menopausa

A pré-menopausa é o período no qual o corpo da mulher se prepara para não ser mais fértil, caracterizando-se pela redução da produção de hormônios.

É a fase do climatério, que começa próximo aos 40 anos de idade, quando a mulher ainda menstrua, e dura, em média, de 6 a 8 anos. A pré-menopausa é assintomática e, quando os sintomas começam, inicia-se a fase da perimenopausa.

Perimenopausa

A perimenopausa é o período que engloba a pré-menopausa e o primeiro ano de pós-menopausa. Em geral, é durante essa fase que se iniciam os primeiros sintomas do climatério – irregularidade menstrual, seguida de calores e alterações no sono e no humor – e termina quando se completa um ano sem menstruação.

Pós-menopausa

Já a pós-menopausa tem início um ano depois a última menstruação e dura até o final da vida. Durante o período inicial (que dura até cinco anos) – e mais frequentemente na fase tardia – podem ocorrer osteoporose e um maior risco de doenças cardiovasculares.

Na pós-menopausa como um todo, é bastante comum ocorrer a atrofia vaginal (ou vaginite atrófica), que causa secura no órgão e dores durante as relações sexuais. Por isso, é importante que as mulheres busquem ajuda médica para contornar os problemas e manter uma boa qualidade de vida.

Sinais

Muitas mulheres se questionam sobre como saber que estão entrando nessa fase da vida. Diante disso, é preciso entender os principais sintomas da menopausa. São eles:

  • Menstruação irregular (antes do término completo);
  • Calor (fogacho);
  • Coceira e secura vaginal, que podem levar à dor na relação sexual;
  • Redução da libido;
  • Diminuição do tamanho dos seios e perda de firmeza;
  • Sudorese noturna;
  • Dificuldade para dormir;
  • Mudanças de humor;
  • Períodos de ansiedade, irritabilidade e depressão;
  • Diminuição da autoestima;
  • Ganho de peso não-intencional;
  • Desaceleração do metabolismo;
  • Pele seca e cabelos mais finos;
  • Diminuição da elasticidade da pele;
  • Dor de cabeça;
  • Aumento da porosidade dos ossos.

Já entre os sintomas menos frequentes estão:

  • Calafrios;
  • Falhas de memória;
  • Fadiga;
  • Incontinência urinária;
  • Osteoporose;
  • Aparecimento de espinhas.

Ou seja: nem toda mulher apresenta esses sinais da menopausa. O aparecimento deles varia de acordo com cada caso e conforme a fase do climatério.

Tratamento

A menopausa é um processo natural do organismo feminino e pode não precisar de intervenções terapêuticas. No entanto, caso os sintomas sejam muito incômodos, é possível tratar a menopausa  para melhorar a qualidade de vida da mulher.

Entre as opções encontramos:

Reposição hormonal

Como funciona

A terapia hormonal (popularmente conhecida como reposição hormonal) é o tratamento mais efetivo para as ondas de calor.

Este tipo de tratamento traz uma redução de até 75% na frequência de fogachos e de 87% em sua severidade. A reposição pode ser feita com estrógeno ou a combinação de estrógeno e progesterona.

Quando fazer

O ideal é que a reposição seja feita na chamada “janela de oportunidade”, que normalmente é entre as idades de 50 a 59 anos e no máximo até 7 anos após o início dos sintomas da menopausa. Essas condições tornam o tratamento mais seguro.

Além disso, a reposição só deve ser feita após a paciente fazer todos os exames de rotina e o médico verificar o seu histórico de saúde. Isso o ajudará a perceber se há alguma contraindicação e qual a melhor dose hormonal a ser aplicada.

O ideal é que mulher continue fazendo o acompanhamento médico durante a reposição hormonal para acompanhar melhor como está a sua saúde e saber a hora de parar.

Riscos

Alguns tipos de terapia hormonal estão ligados a diferentes complicações, como aumento do risco de ter câncer de mama, câncer de cólon, doença cardiovascular e fraturas.

Por isso mesmo, todos esses fatores devem ser avaliados junto ao médico antes de se optar em seguir com esse tratamento.

A cada mil mulheres que fazem reposição hormonal, 17 terão câncer de mama. Já as outras 983 restantes continuam tendo o mesmo risco que tinham anteriormente de ter a doença.

Contraindicações

A reposição hormonal é contraindicada em mulheres que:

  • Já sofreram infarto;
  • Tenham grave comprometimento das artérias coronárias;
  • Possuam doença no fígado que impeça seu funcionamento;
  • Tenham apresentado ou ainda apresentem câncer de mama ou no endométrio;
  • Possuam histórico de doença vascular cerebral (AVC);
  • Estejam com um quadro de hipertensão não controlado.

Aplicação de estrogênio

Como funciona

Para aliviar o sintoma de secura vaginal, muitos especialistas podem recomendar o uso de estrogênio tópico, ou seja, em creme na própria área da vagina.

Quando fazer

Esse método é útil principalmente em mulheres que apresentam atrofia vaginal, dor na relação sexual e problemas uroginecológicos.

Medicamentos não-hormonais

Como funciona

Para mulheres que não podem recorrer à terapia hormonal, existem outras opções de medicamentos conforme o sintoma apresentado.

Para sintomas como os fogachos, existem medicamentos antidepressivos, hipno-sedativos, antidopaminérgicos, vasoativos ou que agem no eixo hipotalâmico-hipofisário.

Quando fazer

Esse método é indicado principalmente nos casos em que a mulher:

  • Não quer fazer terapia hormonal;
  • Pode apresentar efeitos colaterais à terapia hormonal;
  • Tem resposta insatisfatória à terapia hormonal;
  • É contraindicada a fazer a reposição de hormônios.

Fitoterapia

Como funciona

A fitoterapia é uma terapia alternativa voltada ao uso de plantas medicinais e seus extratos. Durante o climatério, os fitoestrogênios são os mais indicados (substâncias naturais que agem como os hormônios femininos).

Os mais usados hoje são: a soja, o trevo vermelho e a cimicifuga. Além deles, a valeriana e a melissa podem ser utilizadas para os sintomas de sono e ansiedade.

Quando fazer

O ideal é aderir à fitoterapia com orientação de um especialista. Também é importante não ingerir os extratos das plantas próximo ao horário das refeições, para que eles sejam absorvidos corretamente.

Homeopatia

Como funciona

A homeopatia é um tipo de medicina alternativa que consiste em ministrar ao doente doses mínimas do medicamento homeopático para evitar a intoxicação e estimular a reação orgânica. 

O especialista busca quais são os principais sintomas que incomodam a mulher nessa fase e seleciona remédios homeopáticos que podem ajudá-la.

Quando fazer

Existem medicamentos de ação importante neste período, como a Sepia Succus, a Lachesis e o Natrum muriaticum. Além deles, há extratos hormonais como o Oophorinum e o Folliculinum, que fazem substituição parcial dos hormônios que não mais são produzidos pelo corpo feminino.

Acupuntura

Como funciona

A acupuntura é uma técnica milenar chinesa que pode ajudar a menopausa ao estimular diferentes pontos do corpo. Através da inserção de agulhas metálicas em locais definidos conforme os sintomas da mulher, há a promoção, a manutenção e a recuperação da saúde. Além disso, a acupuntura também trabalha a prevenção e evita o agravamento de doenças.

Quando fazer

Os pontos a serem estimulados e a frequência do tratamento também variam conforme os sintomas que cada mulher apresenta.

Fonte: Minha Vida

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